
Jesus sentia tudo, exatamente como eu e você. Sentia tudo o que um humano sente, de sede e fome a todas as demais necessidades. Tinha carência diária de se recolher para defecar, urinar, dormir e ficar só.
Preferia algumas companhias a outras quando se tratava de relaxar ou de resolver algo sério. Quando carente, tentado e ameaçado, gostava da companhia dos amigos, e até implorava que eles vigiassem com Ele em Sua agonia de alma.
Gostava de ser gostado e sofria quando não era entendido.
Cansava-se da burrice dos que o seguiam; especialmente das briguinhas de moleques dos discípulos; sempre discutindo quem era o maior, o melhor, o mais elevado, o mais fiel, o mais presente, o mais disposto a morrer por Jesus.
Quando cansado, dormia, ainda que em meio a uma tempestade.
Oprimido pelas multidões pede que deixem sempre um barquinho a postos, pois, quando as multidões ficavam querendo “pegar” Nele, Ele mesmo se retirava e pregava de dentro do barco, deixando o povo na praia apenas ouvindo.
Suspirava de tristeza pela lerdeza de entendimento dos que andavam com Ele e sabia que a fidelidade deles era frágil.
Amava a todos; e mostrava Seu amor conforme a pessoa precisasse receber amor: amor que acolhe, amor que não acolhe; amor que adverte, amor que afaga; amor que confronta, amor que consola; amor que profetiza a destruição, amor que afirma a restauração; amor que ama até os que Ele mesmo chama de “porcos”, amor pelos que Ele chama de amigos.
E mais: apesar de sentir tudo, não deixava que os Seus sentimentos comandassem nada!
Ele se dirigia e não consentia que ninguém mudasse Seu caminho.
Sofria as pressões do amor que pretendia adiantar as coisas para Ele, mas não cedia a tais tentativas bem intencionadas.
Sofria a rejeição, mas não rejeitava como resposta e conseqüência.
Sofria a calúnia, mas, Ele mesmo, nada dizia.
Antes da hora de sua morte, Ele foge, se esconde, evita o encontro, não vai a Jerusalém.
Assim, Jesus ensina que a vida de um homem deve ser dele e não dos outros homens; pois, até para amar aos demais homens, tenho que ser livre das impressões boas ou más pelas quais eles possam ter o poder de falsificar a simplicidade e propriedade do amor.
Minha maior busca em 2009 é acerca dessa possibilidade de vida que seja minha em Deus, doada aos demais em amor, não por demanda ou opressão.
E mais: peço a Jesus que me ajude a não mais me deixar desviar nem um segundo pelas opiniões ou tentavas diárias que me fazem de me desviar da rota emocional e espiritual.
Texto de Caio Fábio.
Fazendo das palavras dele, as minhas,
[Bruna Franco]
23/03/09
23/03/09